segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Benefícios do RPG de mesa

Caros leitores do ID, hoje irei falar sobre um assunto que de certa forma para grande parte das pessoas seja lá qual for à idade, pouco sabe ou desconhece. É o RPG (Role Playing Game) que significa jogo de interpretação de personagens.

Muitos resumem o RPG como jogo no qual mata-se o dragão e salva a princesa ou mesmo dizem que explora a decadência do ser humano, insistindo que de nenhum proveito serve este meio de entretenimento.

Entretanto muitos dos que criticam e julgam sumariamente, o fazem sem saber ao fundo até onde uma aventura pode ser proveitosa socialmente, e que tipos de benefícios ela pode trazer para seus participantes, além de prover uma ótima diversão.



Abaixo vão 10 motivos do qual estão aplicados o RPG:

1 – RPGs estimulam o convívio social: jogar RPG requer, no mínimo, duas pessoas: um mestre, responsável pela criação do roteiro do jogo e dos desafios, e um jogador, que deverá passar pelos desafios propostos pelo mestre. Porém, a grande maioria dos jogadores prefere grupos de 5 a 7 pessoas para enriquecer a história e tornar o jogo mais interessante. Reunindo-se periodicamente, os jogadores criam um compromisso com o RPG e um laço de união entre si, que geralmente transcende o script e transforma parceiros de jogo em amigos na vida real.

2 – Fortalecem as noções de trabalho em equipe: ao contrário da maioria dos jogos de estratégia, no RPG não há “vencedores” ou “perdedores”, e sim jogadores que devem colaborar entre si para enfrentar as situações propostas no roteiro. Juntos, eles devem planejar estratégias, debater opiniões e tomar decisões de acordo com o consenso do grupo para que todos sejam beneficiados, desenvolvendo assim seu espírito de trabalho em grupo.

3 – Aprimoram a comunicação interpessoal: nos RPGs, assim como no teatro, os jogadores “interpretam” seus personagens através da fala, da expressão e do modo de agir. Ao interpretar um personagem com traços e personalidade diferentes dos seus, o jogador experimenta novas formas de se comunicar e acaba por expandir as possibilidades da própria expressão pessoal.

4 – Desenvolvem a empatia do jogador: durante a trama, um personagem passa por diversas situações que lhe afetam emocional e psicologicamente: é ferido, perde amigos e entes queridos, é recompensado, ganha aliados, exerce influência sobre outros personagens, etc. Ao interpretar as reações do personagem diante de tais situações, o jogador desenvolve sua empatia e sua capacidade de compreender os sentimentos alheios.

5 – Agilizam o raciocínio: lutas, esquivas, fugas, armadilhas e enigmas são apenas alguns exemplos de desafios que fazem parte do roteiro dos RPGs. Resolvê-los requer do jogador a capacidade de pensar rápido e criar soluções para problemas e pode se tornar um verdadeiro exercício de raciocínio lógico que logo se transforma em benefícios na vida real.

6 – Incentivam a criatividade: todo o enredo do jogo se passa no imaginário dos participantes. Embora os jogadores volta e meia utilizem imagens de referência e esquemas para maior compreensão do roteiro, cada jogador acaba criando uma visão das situações a partir da própria imaginação, aprimorando assim sua capacidade de conceber mentalmente cenários e ações.

7 – Estimulam ambos os hemisférios do cérebro simultaneamente: ao estimular tanto o raciocínio lógico do jogador quanto sua imaginação, o RPG propicia ao jogador benefícios semelhantes aos da leitura de um livro, que desenvolve simultaneamente ambos os hemisférios do cérebro (direito e esquerdo).

8 – Enriquecem o conhecimento: a história de Dungeons and Dragons, o pioneiro e um dos mais populares RPGs de todos os tempos, se passa em um mundo fantástico paralelo baseado na Idade Média e possibilita a seus jogadores a familiarização com vários aspectos da cultura medieval, como as batalhas, vestimentas, hábitos, alimentação e hierarquia social. Outros jogos como o GURPS possuem versões cujos enredos se desenvolvem nos mais variados períodos históricos, desde as Cruzadas até o descobrimento do Brasil. Para os mais jovens, o RPG tem se mostrado uma ótima forma de aliar o estudo à diversão.

9 – Desestimulam a violência: ao contrário do que é noticiado, RPGs não exigem contato físico. Todas as lutas, ações, esquivas e ferimentos ocorrem na imaginação dos jogadores, e não na realidade. Até mesmo uma simples queda de braço entre personagens deve ocorrer de acordo com as regras do jogo e testes propostos pelo mestre, e não por um desafio real entre os jogadores. Logo, jogadores que por acaso utilizem agressões físicas em sessões de RPG estão subvertendo o conceito original do jogo.

10 – Suas estatísticas são favoráveis: no Brasil, cerca de 7 a 10 torcedores morrem todo ano em brigas de torcida de futebol, além de centenas ficarem feridos. Anualmente, cerca de 120 pessoas viciadas em jogos de apostas entram em tratamento no Hospital das Clínicas em São Paulo. Por enquanto não se tem notícias de mortes ou atos de violência realmente comprovados entre os jogadores de RPGs. Tampouco de RPGistas que passaram por alterações de comportamento e períodos de agressividade contra amigos e parentes. O RPG é um jogo pacífico que prega a colaboração e o espírito de equipe entre seus jogadores. Portanto, não julgue um livro pela sua capa assustadora. Seu conteúdo prega valores inestimáveis à construção do caráter de um indivíduo.


REFERÊNCIAS RETIRADAS DA EDITORA DAEMON

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