Fim de semana passado assisti a este tocante filme de Julian Schabel, que ganhou o premio como melhor diretor em Cannes e concorreu ao Oscar merecidamente pois o trabalho do diretor é digno de ser aclamado por ser um filme que teria tudo para cair no tradicionalismo, entretanto apesar do tema recorrente, sendo baseado em fatos reais a história de Jean Domminic Bauby nos surpreende do começo ao fim pela forma como nos é apresentada o personagem.
O filme começa com uma câmera subjetiva que seria a visão de Jean Bauby, com apenas um dos olhos que tem a intenção de nos unir a ele e vivenciar seu momento de isolamento por estar paralisado totalmente, apesar disso suas faculdades mentais estão perfeitas e ai que está o ponto diferencial do filme, ao contrário do que muitos pensariam Bauby se expressa muito no filme seja pelas expressões do olho esquerdo, ou através do recurso que possibilitou ao telespectador saber o que está pensando através de um "voice over" em que Bauby coloca pra fora todas suas frustrações, faz referencias passadas, e coloca pra si como meta que se esforçará ao máximo para não desistir de sua vida por mais limitada que ela estivesse sendo seu maior estímulo sua família, em que serão lembrados por Jean Bauby momentos em que viveu antes da paralisia com sua ex esposa, e a relação com o pai.
A parte técnica é um dos pontos fortes do filme em que o diretor pode agradecer ao fotógrafo polonês Janusz Kaminski pela câmera subjetiva, efeitos, e cores todos muito bem estilizadas e adequadamente pontuais no drama. Kaminski trabalhou em todos os filmes de Steven Spielberg desde a Lista de Schindler.
As atuações são respeitáveis e uma das melhores vividas pelo protagonista de Jean Bauby (Mathie Almaric) que apesar do pouco reconhecimento no Brasil já fez outros filmes importantes como "Reis e Rainha" em 2005. Podemos acrescentar como destaques incontestáveis as atuações de Marie-Joze Crose e do mestre sueco Max Von Sydow.
Não podia esquecer a trilha sonora que adicionam mais emoção e impacto a trama, que conta com nomes de peso como U2 , Beatles, Velvet Underground e outros artistas que trazem suas melhores composições para dentro de o escafandro e borboleta.
Realmente há muito o que se comentar, pois é uma obra prima digna de fazer parte dos clássicos do cinema e servir de referencia técnica pela linguagem cinematográfica utilizada.
Abaixo um videoclipe do filme com a trilha Don't Kiss me Goodbye
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