Fico eu aqui perdido na noite notando o quão irônica é a vida… nossos esforços e nossas tentativas de simpatia são muitas vezes em vão, enquanto o desprezo se torna algo aparentemente atraente…
Valores distorcidos, idéias incoerentes… nada disso pra mim faz sentido… seria isso uma falha em minha compreensão?
Ouço mais uma musica… o peso do som me acalma nesta noite entediante… minha criatividade me parece cada vez mais ordinária e minha força, a cada momento que passa, me parece mais fraca… e a musica se repete…
A madrugada desce como um frio véu… me aconchego em meu lar e penso em como está o mundo… sinto-me um jovem sonhador que pensa que pode mudar o mundo e sussuro para mim mesmo… “será que eu posso tornar esses pensamentos realidade?”
Um velho relógio cuco repete suas batidas… o pobre passaro de madeira ja não canta direito… e assim meu tempo se passa… repito a musica por mais e mais vezes…
Sinto falta de algumas pessoas… e de outras, eu gostaria de sentir… mesmo que minha falta não seja sentida, algumas vezes sinto que a saudade fortalece… e mais uma vez uma confortante solidão paira sobre meus ombros… estaria eu melhor sem as pessoas? será que a importancia que dou a elas é desmerecida? seria meu sofrimento um fruto podre de minha própria inocencia? seria essa tristeza o resultado de minha sinceridade e de meu apego?
Meus olhos começam a pesar… a luz do monitor começa a me parecer irritante… e algumas memórias, ainda mais irritantes… por que os dias não podem ser suaves como uma taça de vinho? Se a noite é uma criança, por que não vejo nela a sinceridade e a inocencia infantil?
Decido deixar de lado a pureza por esta noite… tornar-me um com o escuro céu… o qual tem suas estrelas ocultadas pelas luzes da cidade… mas peço ao que me resta de sanidade para que me mostre que este fardo de infantilidade intocavel que carrego não me crucifiqucará e que esta dádiva de ver o melhor das pessoas não se tornará um defeito…
Encerro a madrugada com estas vãs palavras… que serão dificeis de suportar até o fim, porém facilmente esquecidas e varridas pelo vento empoeirado de nossas rotinas…
Nenhum comentário:
Postar um comentário